Transformação digital: L’Oréal aponta desafios e lições em evento ‘E agora, Brasil’
Realizado pelos jornais O Globo e Valor Econômico, encontro virtual reuniu representantes de empresas para falar sobre mudanças digitais aceleradas pela pandemia
O aumento do consumo e compra online por causa da pandemia do coronavírus acelerou ainda mais a transformação digital do negócio de empresas em todo mundo - mas, como essa mudança para o virtual está impactando o mercado? Para falar sobre os desafios e lições extraídos nessa nova era, Patrícia Borges, CMO da L’Oréal Brasil, esteve ao lado de representantes de empresas como Grupo CRM, B2W e CESAR na 4ª edição online do “E Agora, Brasil?”, realizado pelos jornais O Globo e Valor Econômico em parceria com a CNC. Confira nas palavras da executiva quais as principais tendências que estão sendo aplicadas neste cenário e quais são as mudanças que vieram para ficar.
Transformação digital já fazia parte da estratégia da L’Oréal Brasil antes mesmo da pandemia
Enquanto muitas empresas precisaram começar a transformação digital de seus negócios a partir do zero nos últimos meses, a L’Oréal viveu uma realidade diferente. De acordo com Patrícia, a Companhia já considerava a digitalização como estratégia prioritária há algum tempo, por isso, a chegada da pandemia apenas agilizou o que já vinha sendo desenhado internamente pela equipe de marketing. “Já tínhamos três prioridades muito claras na L’Oréal antes da Covid-19: sustentabilidade, pessoas e transformação digital. Então, não tivemos que trazer escolhas que não estavam em pauta. Vínhamos de um contexto onde a mídia digital era nossa maior parte de investimento em marketing, e isso só foi acelerado”, contou.No debate, a CMO explicou ainda que, durante essa aceleração do digital, o que mudou efetivamente na estratégia da L’Oréal Brasil foi o conteúdo oferecido. “A gente começou a entender que lives eram relevantes para o consumidor. Vimos que era preciso oferecer o que fazia sentido para o consumidor neste momento”, explicou Patrícia ao destacar a estratégia de lives de informação adotadas pelas marcas de hair care do Grupo para ensinar como pintar o cabelo em casa, por exemplo, auxiliando consumidores com conteúdos interessantes durante o isolamento social.
Aceleração do e-commerce e oferta de serviços por meio do digital acelerou ainda mais nos últimos meses
De acordo com a executiva, justamente por conta do foco prévio em transformação digital, o aumento do consumo online durante os últimos meses não pegou a Companhia de surpresa. A L’Oréal continuou se reinventando durante a pandemia e alcançou crescimento de 220% em vendas digitais só no mês de outubro. “Nós aceleramos três vertentes de forma significativa: o nosso e-commerce de lojas próprias das marcas, o marketplace, transformando esses lugares num destino de beleza, e o canal de e-commerce dos nossos clientes”, contou. Além disso, Patrícia ainda destacou a aposta da empresa em serviços com automação.“Eu acredito veementemente que a beleza do amanhã, do ano que vem ou do próximo mês vai ser muito mais que um produto, ela será também ligada a serviços. Então, a gente trabalhou muito para desenvolver aplicativos e serviços de beleza que são relevantes nesse momento de isolamento social e que vão continuar para o futuro”, explicou a CMO. Um desses exemplos de serviço, por sinal, é o Lancôme Virtual Makeup, que permite à consumidora a possibilidade de testar máscaras, bases ou batons virtualmente.
O digital e a tecnologia não são o fim, mas o meio para uma maior eficiência do negócio
Mas, afinal de contas, essa aceleração digital pode ajudar o Brasil a sair na frente na crise? Ao ser questionada sobre o tema, Patrícia fez questão de lembrar a força do país no mercado de Beleza - em que somos o 4º maior do mundo. “A medida que esse mercado vai ficando cada vez mais digital, naturalmente, os investimentos vão acompanhando essa tendência. No entanto, o digital e a tecnologia não são o fim. O digital, na verdade, é o meio para uma maior eficiência do negócio, seja em qual for a indústria”, destacou.No caso da L’Oréal, por exemplo, a CMO destaca que o grande objetivo final é oferecer a melhor experiência de beleza ao consumidor. “Queremos proporcionar o melhor produto de beleza para o consumidor, para que ele chegue da melhor maneira na casa das pessoas e para que a experiência seja a melhor possível - e a tecnologia é o meio que me permite fazer tudo isso. Somos a maior empresa de Beleza do mundo, mas queremos ser a maior beauty tech do mundo, e isso significa ser a empresa líder da beleza do amanhã”, finalizou.