Your title
Your description
A criação de um cosmético, como cremes, shampoos e até mesmo batons, por exemplo, envolve várias etapas, e uma delas é a avaliação sensorial - já que os produtos estimulam a maioria dos nossos sentidos. A análise sensorial é o que pode assegurar o desempenho de um item em relação ao consumidor: na L’Oréal, a avaliação é feita a partir de percepções e reações vindas de indivíduos que passam por testes voluntários, e também de experts - que são cabeleireiros e esteticistas com treinamento e formação especializada para avaliação de atributos sensoriais. A Companhia possui um laboratório, no Centro de Pesquisas & Inovação, dedicado totalmente à essa análise, para facilitar a criação de produtos com características relevantes e diferentes no mercado.
Para Juliana Battochio Farias, Gerente de Ciência Sensorial e Expert da L’Oréal Brasil, a principal tecnologia usada na avaliação sensorial é a “tecnologia humana”, ou seja, indivíduos treinados e experts, em vez de máquinas. O Grupo não testa os produtos desenvolvidos e matérias-primas em animais e desenvolveu métodos alternativos mais preditivos, baseados em células humanas, para avaliar a eficácia de seus ingredientes. “A avaliação sensorial, como já diz o nome, é uma avaliação através dos órgãos dos sentidos. Ela é essencial para checagem de performance percebida antes do lançamento. Com esse mapeamento, é possível identificar espaços sensoriais ainda inexplorados, potenciais para inovação”, explicou.
Segundo ela, por meio das jornadas sensoriais é possível partir de dados objetivos de caracterização para contextualizá-los com dados de mercado ou resposta de consumidores. Desta forma, é possível decodificar para os times de desenvolvimento de produtos os sinais sensoriais de performance relacionados com experiências reais dos consumidores.
Seleção, treinamento, validação e uso são as etapas da avaliação sensorial
De um modo geral, de acordo com Juliana Battochio, a Ciência Sensorial pode partir de percepções vindas de consumidores ou percepções de indivíduos treinados - grupo que passa a ser chamado de Painel Sensorial. Na L’Oréal, há equipes de ambas as fontes. A primeira etapa, de Seleção, consiste em uma bateria de testes feita com voluntários ou candidatos, a fim de se verificar a sensibilidade dos participantes. “Testes de diferença, de ordenação de um determinado atributo sensorial e de entendimento de escala e proporções estão entre as avaliações utilizadas”, explicou Juliana.
Na etapa de , os indivíduos selecionados partem para a elaboração de uma linguagem sensorial específica para a categoria que será avaliada e para a determinação de referências que exemplifiquem o mínimo e o máximo para cada atributo. “Por exemplo, quantidade de espuma é um atributo da linguagem sensorial utilizada para shampoos, e temos referências para pouca e muita espuma”, contou. As pessoas passam então pela Validação por meio de ferramentas estatísticas: “Precisamos garantir a capacidade do painel em se repetir, em discriminar produtos e em estar em consenso”. Por fim, as reações geradas pelas pessoas que participaram da análise estão prontas para o Uso nos Projetos.
Avaliação sensorial é importante para permanência e recompra de um produto
A avaliação sensorial tem papel importante no uso de um produto por qualquer consumidor - já que os resultados dos testes podem definir sua permanência no mercado, além de ser uma das chaves para a recompra de um cosmético. “Trazendo um exemplo real sobre proteção solar facial, vinda de um dos estudos do grupo: dentre as 10 principais expectativas dos consumidores para a categoria, apenas 2 são relacionadas à eficácia da proteção. As demais são relacionadas à sinais sensoriais de performance, tais como toque seco, não-pegajoso e fácil absorção”, reforçou Juliana Battochio. Por isso, a análise é uma forma dos pesquisadores entenderem se as características esperadas estão sendo atingidas. Assim, fica mais fácil seguir com o projeto ou fazer mudanças até chegar ao produto final e atender a real necessidade do nosso consumidor