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Depois de ter sido escolhida pelo programa L'Oréal-UNESCO-ABC Para Mulheres Na Ciência, em 2017, Rafaela Ferreira agora é uma das 15 vencedoras do prêmio International Rising Talents (IRT). O trabalho da química farmacêutica, que busca novos tratamentos para o vírus da zika e a doença de Chagas, ganhou o prêmio anual que reconhece cientistas ganhadoras das edições do Para Mulheres na Ciência em diferentes partes do mundo. Ela receberá o prêmio em Paris no final do mês. “O programa é reconhecido mundialmente entre a comunidade científica. Eu tenho certeza que ter a premiação no meu currículo será um diferencial na minha carreira e me ajudará muito a conquistar outros apoios em projetos futuros”, declarou a cientista.
O prêmio é concedido a 15 jovens pesquisadoras por ano, três de cada região do mundo (África e Estados Árabes, Ásia e Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte). O júri brasileiro escolhe uma das sete pesquisas para concorrer no IRT e a premiação é feita no ano seguinte, na França. A premiação ocorre desde 2014 e tem o objetivo de impulsionar o percurso de excelência de jovens e promissoras cientistas até se tornarem pesquisadoras internacionalmente reconhecidas.
Docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rafaela diz que a indicação por si só era uma grande honra, mas que está ainda mais feliz com a vitória. Para Rafaela, a semana de atividades do prêmio internacional é uma oportunidade de trocar experiências com as outras ganhadoras e de aprender com os cursos propostos: “Eu acho que é uma oportunidade muito bacana que está sendo proporcionada pela L’Oréal e estou muito feliz de participar”.
Reconhecimento dentro e fora da comunidade científica
O grupo de pesquisa comandado por Rafaela procura por novas substâncias que possam inibir o funcionamento de proteínas fundamentais na fisiologia do vírus e do protozoário Trypanosoma cruzi, responsável pela doença de Chagas. O tratamento atual, à base de benzonidazol, é mais eficaz apenas nas fases iniciais da doença e provoca efeitos colaterais graves. Já quanto ao vírus da zika, os cientistas buscam por inibidores, enzimas capazes de quebrar outras proteínas, que possam impedir a replicação do vírus. Rafaela pretende aplicar esse conhecimento em estudos sobre a microcefalia. A pesquisa de Rafaela tem um foco social, já que pode transformar realidades - especialmente de comunidades mais pobres. O prêmio, então, é uma grande forma de reconhecimento. “A partir do momento em que recebi esse prêmio, eu sinto que meu trabalho foi muito mais divulgado, mais exposto”, diz Rafaela. “Então isso tem feito uma grande diferença para mim”.