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Reaproveitar, reutilizar e renovar são alguns dos conceitos que abrangem a Economia Circular, um modelo que propõe que as matérias-primas utilizadas para desenvolver um produto sejam mantidas em circulação por meio de cadeias de produção integradas. Em contrapartida ao comum sistema linear, que incentiva o ciclo de extração-produção-descarte, a economia circular mostra que os resíduos podem se tornar novos produtos e iniciativas. O assunto foi o tema escolhido para um debate com fornecedores da L’Oréal Brasil em 12 de setembro, no Rio de Janeiro. O workshop “Sharing Beauty With All - Economia Circular”, que reuniu cerca de 20 representantes de empresas, foi o primeiro passo para que os parceiros entendam o compromisso de sustentabilidade proposto pela Companhia e possam colaborar na criação de iniciativas que diminuam os impactos aos recursos naturais em todas as etapas de produção.
A proposta do evento foi desenvolver um diálogo com os fornecedores a partir de uma metodologia educacional dividida em três etapas: apresentar o conceito de Economia Circular; mostrar como a L’Oréal e fornecedores podem trabalhar juntos; e o que a Companhia tem feito internamente para expandir o compromisso de sustentabilidade para todas as cadeias de valores. Para Renata Daflon, fornecedora da empresa Holográfica, as palestras serviram para ter novos insights: “Nos motiva com novas ideias e mudanças que podemos fazer na nossa empresa. E mais ainda, vemos como somos importantes para esse processo. Escutei pessoas inteligentes e com vivência nisso e já refleti: o que posso melhorar?”.
Como a L’Oréal Brasil busca desenvolver os fornecedores?
Para os fornecedores participantes, o workshop foi uma oportunidade de alinhar os objetivos de sustentabilidade entre os dois lados. “É como semear ideias do que podemos fazer a partir de agora. O evento com os fornecedores é uma forma de nos incluir nas iniciativas sustentáveis da L’Oréal”, ressaltou Hector di Paolo, da empresa Atrion. Já Thiago Lund, representante da empresa Nova Brasileira, observa uma mudança de comportamentos: “É muito interessante ver que aos poucos mais fornecedores começam a se engajar, não só porque é um pedido da Companhia, mas porque eles acreditam que isso representa o futuro”.
Hoje, a L’Oréal Brasil já desenvolve iniciativas que impactam desde os pontos de venda até as comunidades em que está inserida, como os novos quiosques de Maybelline NY criados com materiais reaproveitados e o projeto Casa das Belezas, que oferece formação profissional para moradores de Nova Iguaçu.
Um dos palestrantes foi o chileno Gonzalo Muñoz, especialista em Economia Circular e fundador da empresa TriCiclos. Muñoz iniciou a conversa com os fornecedores explicando como as experiências pessoais fizeram com que entendesse o papel das grandes e pequenas empresas na resolução de problemas ambientais que atingem a todos. Segundo ele, todas as empresas geram impactos no meio ambiente em suas operações, sejam impactos positivos ou negativos.
Mas Gonzalo alerta que os resíduos gerados afetam muito mais que o ecossistema - atinge pessoas e comunidades. “O lixo é um erro de design. O modelo de economia circular é baseada nas necessidades de todos os stakeholders, sendo o meio ambiente e sociedade as partes que mais merecem atenção nas novas decisões quanto a origem, uso e final de vida de insumos para produção. Isso reflete em novos produtos mais sustentáveis”, pontua. Para promover o desenvolvimento sustentável, no entanto, o especialista afirma que as companhias precisam dar o primeiro passo para as mudanças: o diálogo. “O evento promovido pela L’Oréal Brasil reforça que as grandes empresas possuem alta representatividade na compra dos insumos de grande parte dos fornecedores. Este é o fator principal de incentivo para criação de soluções de menor impacto”, finalizou.
Sob a perspectiva do trabalho realizado pela L’Oréal Brasil, Maya Colombani acredita que é preciso reinventar a forma de trabalho para que todas as ações estejam ligadas ao fator de impacto ambiental e social. “Não podemos mais colocar produtos, merchandising e promoções sem pensar o que vamos fazer com eles depois ou como vamos dar àquele material uma segunda vida”, alerta. “É por isso que termos como Economia Circular e Logística Reversa devem se tornar uma obsessão em cada marca, cada divisão e cada coisa que fazemos”.