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As vencedoras do Para Mulheres na Ciência tiveram um momento de interação com o público logo após a premiação, que ocorreu no dia 24 de outubro, no Centro de Pesquisa & Inovação da L’Oréal Brasil. O bate-papo foi transmitido ao vivo pela página do programa no Facebook e teve a mediação de dois influenciadores digitais: Bia Varanis, do blog As Mina na História, e Cristian Westphal, do Ciência e Astronomia. As cientistas contaram um pouco da trajetória científica, como surgiu o interesse pela carreira e quais desafios enfrentaram pelo caminho. Para elas, essa foi uma oportunidade de promover o acesso de parte da população às pesquisas que desenvolvem. Em quase uma hora de transmissão, o vídeo já tem um total de 118 mil visualizações.
As ganhadoras participaram da live e responderam cerca de 30 perguntas, que foram enviadas pelo público da página durante a semana. O blog As Mina na História foi um dos convidados para participar do bate-papo. A fanpage faz um resgate histórico de mulheres que transformaram o mundo por meio de seus trabalhos: cientistas, escritoras, artistas, pioneiras em invenções. “O prêmio traz visibilidade para muitos projetos interessantes e tem tudo a ver com as pautas que defendo no blog. O Para Mulheres na Ciência gera essa representatividade - em que jovens mulheres se veem naquela posição - e muita valorização para essas pesquisadoras”, ressaltou Bia Varanis, criadora do canal. Para ela, o programa também tem seu valor histórico se pensar em um futuro onde as mulheres terão alcançado espaço em todos os ambientes.
Rafaela Ferreira, farmacêutica premiada na 12ª edição do prêmio, acredita que a interação é um meio de mostrar que a Ciência não precisa ficar restrita ao ambiente acadêmico: “A missão da Ciência é ser um instrumento para resolver problemas da sociedade e é importante que a sociedade perceba que isso tem um valor - não conseguiremos se esse debate não for levantado. Muita gente não tem esse contato e não sabe quais pesquisas estão em andamento e o que pode ser feito para melhorar sua vida”. Para a vencedora Marília Nunes, também é uma forma de dar um retorno para a sociedade. “Eu penso que nada adianta desenvolver um pesquisas se não tiver uma pergunta respondida ou um problema resolvido que vai impactar a vida de pessoas”, explicou.
Ganhadoras respondem perguntas sobre trajetória na Ciência
A primeira pergunta respondida durante o bate-papo abordou como e quando as cientistas descobriram que queriam seguir a carreira. Elas têm em comum o fato de que houveram muitas dúvidas no início. “Tudo bem você entrar em um curso e depois descobrir que aquilo não é o que você quer”, conta Fernanda Tonelli, que no começo da faculdade de Química percebeu que se identificava mais com os estudos de Bioquímica e trocou de curso.
Sobre o papel da Ciência na sociedade, a neurocientista Pâmela Mello-Carpes destacou que a população precisa entender a importância das pesquisas para ter mais afinidade com os projetos: “Em Uruguaiana (RS), eu coordeno um programa de divulgação científica, então eu tenho um carinho muito grande por essa área. É fundamental que as pessoas entendam o que a Ciência representa no nosso dia a dia”. Já a física Jenaina Soares ressalta que a troca de ideias durante a conversa é muito rica para o trabalho que faz: “As próprias perguntas já mostram que o público tem dúvidas muito estruturais sobre a Ciência que fazemos. E uma parte da população realmente tem o interesse de conhecer esse universo”.
Como promover a Ciência das mulheres?
Criador do blog Ciência e Astronomia, o estudante de engenharia química Cristian Westphal, ressalta os projetos que visam popularizar os assuntos científicos. Mediador da conversa junto com a Bia Varanis, ele destacou a dificuldade que os cientistas brasileiros têm passado para continuar com suas pesquisas. “A gente tem um up na questão de divulgação científica. Há vários projetos que vem com o intuito de aumentar a popularização da ciência e conhecimento, porque ela está presente em tudo no nosso dia a dia, mas as pessoas não refletem muito sobre isso”, afirmou. Dentre as perguntas, as ganhadoras explicaram termos mais técnicos sobre como inscrever projetos para programas de mestrado e doutorado internacionais ou dicas para jovens iniciantes que querem seguir a carreira.
Gabriela Nestal acredita que ainda há uma visão estereotipada sobre cientistas: homens mais velhos. “Quando conseguimos esse espaço, podemos mostrar o que fazemos e mudar a visão das pessoas sobre como a Ciência é feita no país e por quem é feita”, explicou. Por último, as cientistas aproveitaram para incentivar estudantes mulheres a seguirem a trajetória científica. “Se tu ama, não desista!”, “Acredite em você!”, “Se é isso que gosta, tem que persistir!”, “Quanto mais você tentar, mais vai conseguir!” foram alguns dos conselhos que as ganhadoras do Para Mulheres na Ciência 2017 deram às outras jovens cientistas.