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Grupo L’Oréal anuncia programa pioneiro de enfrentamento ao racismo no mercado de beleza de luxo brasileiro

Afroluxo, iniciativa da L’Oréal Luxo, é baseado em pesquisa inédita que escancara a discriminação racial vivida por pessoas negras no segmento

Em um passo corajoso e necessário, a L’Oréal Luxo, divisão de negócios do Grupo L’Oréal no Brasil anuncia o lançamento do Afroluxo, um programa pioneiro de quebra de silêncio e de enfrentamento ao racismo no mercado de luxo nacional.

A iniciativa é fundamentada por dados da pesquisa “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, encomendada pela Companhia e feita em parceria com o Estúdio Nina - empresa de consultoria e pesquisa de mercado focada no público negro – que traz à tona dados que escancaram e tornam palpáveis a realidade da experiência de consumidores negros em ambientes de beleza de luxo.

“O programa surge com o objetivo de transformar o mercado de luxo, um mercado majoritariamente branco, onde o negro é raramente visto como consumidor target, embora seja. Hoje, mais de 40% do público que consome exclusivamente fragrâncias importadas no Brasil é negro. O Afroluxo nasce com a visão de que o futuro do luxo terá a cara do Brasil, um país majoritariamente negro. Para isso, é preciso quebrar o silêncio sobre o racismo que perpetua nesse mercado e atuar na inclusão e acolhimento de pessoas negras em lojas de luxo, com foco na maior barreira identificada pela pesquisa: o atendimento. De modo a promovermos uma mudança efetiva e duradoura, precisamos mobilizar toda a nossa cadeia de valor. Não acreditamos em concorrência na agenda extra financeira. Queremos liderar pelo exemplo promovendo um luxo exclusivo, sim, mas não excludente, e inspirar nossos concorrentes e outros segmentos do mercado de luxo a virem junto com a gente nessa jornada”

, afirma Bianca Ferreira, Head de Comunicação, Advocacy & Influência, Sustentabilidade, Diversidade & Inclusão e Eventos na L’Oréal Luxo.

O projeto nasce a partir da aliança com parceiros estratégicos e especializados na causa racial. São eles: MOVER (Movimento pela Equidade Racial), em que o Grupo L’Oréal no Brasil é cofundador e signatário; ID_BR (Instituto Identidades do Brasil), organização sem fins lucrativos, pioneira e referência na aceleração da igualdade racial; Black Influence, agência especializada em influência e comunicação antirracista; Estúdio Nina, empresa de pesquisa de mercado e consultoria especializada no público negro; e a AfroSOU, rede de afinidade e impacto de colaboradores negros do Grupo L’Oréal no Brasil.

O que é o Afroluxo?

O Afroluxo é estruturado em três pilares: transformar o negócio; empoderar o ecossistema; e impactar positivamente a sociedade. O programa surge como um compromisso público da L’Oréal Luxo de promover a inclusão racial em um setor que historicamente enfrenta desafios de racismo. Dentre as ações intencionais e inéditas destacam-se:

  • A divulgação de pesquisa proprietária disruptiva que dá nome ao não dito, quebrando assim o silêncio que faz com que o racismo se perpetue no mercado de luxo;
  • A criação do primeiro protocolo de atendimento de luxo antirracista do mercado, desenvolvido em parceria com o MOVER e o ID_BR, que será parte da trilha obrigatória de treinamentos para time de vendas e disponibilizada gratuitamente para os clientes;
  • A criação de auditorias anuais com enfoque na questão racial através da iniciativa Black Mystery Shopper;
  • A ampliação do portfólio de bases de Lancôme, que passa a se tornar a partir do segundo trimestre de 2025 a marca de beleza não profissional com o maior portfólio para pele negra disponível no mercado brasileiro;
  • Bem como o lançamento do Pacto Afroluxo de Enfrentamento ao Racismo nas Lojas de Beleza de Luxo, a primeira coalizão deste tipo no segmento que busca unir esforços entre o varejo e a indústria em prol do combate ao racismo.

Iniciando sua jornada de transformação de dentro para fora, primeiro foram endereçadas as necessidades do time interno da Companhia. Em parceria com os times de RH e de Diversidade, foi promovida uma intensa jornada de letramento racial dos times e da liderança, de modo a sensibilizá-los para a causa racial. Em paralelo, entram em ação programas de aceleração de carreira e recrutamento focados em talentos negros, como o Afropotências e o Mentoria Colorida.

Entre as iniciativas inéditas no combate ao racismo no mercado de luxo, em parceria com o MOVER e o ID_BR, a L’Oréal Luxo desenvolveu o primeiro protocolo de atendimento de luxo antirracista do mercado. Este protocolo será parte da trilha obrigatória de treinamentos para todo o time de vendas L’Oréal Luxo que conta mais de 250 Beauty Advisors em todo o Brasil e estará disponível gratuitamente para os times de vendas dos parceiros comerciais.

A iniciativa visa abolir práticas de vendas que, embora frequentemente vistas como inofensivas, podem causar desconforto nos clientes negros conforme revelado pela pesquisa. Por exemplo, oferecer parcelamento sem que o cliente solicite informações sobre as opções de pagamento, sugere que o vendedor questiona o poder de compra do cliente negro.

“Sabemos que o racismo é complexo e estrutural, portanto, não basta revisitarmos nosso protocolo de atendimento e treinarmos nossas Beauty Advisers. É necessário acompanhar de perto para atuarmos com ações efetivas. Por isso, junto com o protocolo, vamos lançar também o Black Mistery Shopper, uma auditoria no estilo cliente oculto focada em identificar a incidência dos 21 dispositivos racistas mapeados na pesquisa ‘Racismo no Varejo de Beleza de Luxo’ durante o atendimento”

, comenta Eduardo Paiva, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão do Grupo L’Oréal no Brasil.

Para tal, serão realizadas auditorias anuais através da iniciativa Black Mystery Shopper, que agora incorporará um enfoque racial. Essa prática permitirá avaliar o desempenho individual de cada Beauty Advisor e identificar lacunas e oportunidades para progresso contínuo, seja com novos treinamentos ou ações adicionais, permitindo que a L’Oréal Luxo intervenha de maneira eficaz para corrigi-las.

Atualização no portfólio

Mas não basta ter um atendimento antirracista se não garantirmos uma oferta de produtos adequada para atender as necessidades deste consumidor. Neste sentido, foi feita uma revisão do portfólio de bases da linha Teint Idôle Ultra Wear, de Lancôme – a marca #1 de beleza de luxo no mundo - aumentando em mais de 50% a oferta de produtos para peles negras, indo de 14 para 22 tons. Dessa forma, Lancôme se consolida, a partir do segundo trimestre de 2025, como a marca de beleza não profissional com o maior portfólio para pele negra disponível no mercado brasileiro.

Outra iniciativa inédita do programa é o Pacto Afroluxo de Enfrentamento ao Racismo nas Lojas de Beleza de Luxo, a primeira coalizão deste tipo no segmento. Este pacto, promovido pelo Grupo L’Oréal no Brasil, busca unir esforços entre o varejo e a indústria em prol do combate ao racismo. Nele, os clientes se comprometem a não apenas a adquirir a oferta completa de produtos para a pele negra, mas também a garantir que pelo menos 80% de suas equipes completem o treinamento de vendas focado em racismo. Através desse pacto busca-se não apenas aumentar a disponibilidade de produtos para pessoas negras em diferentes pontos de venda, mas também garantir que todos os vendedores do varejo de beleza de luxo estejam letrados sobre a importância da inclusão e respeito às diversidades.

Sobre a Pesquisa

O ponto de partida da iniciativa é também mais uma das ações inéditas do programa: uma pesquisa proprietária feita em parceria com o Estúdio Nina, que revela que 91% dos consumidores negros de classe A/B já sofreram algum tipo de situação racista em estabelecimentos de luxo, destacando a urgência de criar um ambiente de compras, mais inclusivo e acolhedor. Atualmente, dados do instituto Locomotiva mostram que 37% das classes A/B são compostas por pessoas negras (junção de pessoas pretas e pardas). Segundo a pesquisa “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, 59% dos respondentes disseram que o principal ofensor nessa jornada dentro do mercado de luxo é o atendente. Diante do racismo nas lojas, 52% dos consumidores negros desistem de comprar, 54% não voltam à loja e 29% optam por fazer a compra online. Esses dados evidenciam a necessidade de ações imediatas e eficazes para combater o racismo.

“O racismo é tão sofisticado no Brasil que seu funcionamento é silencioso, não dito e camuflado. Enquanto em outros países foi necessário recorrer a códigos e leis para separar brancos de negros, no Brasil isso nunca foi necessário. Aqui o racismo se utiliza dessa lógica silenciosa para se perpetuar, e é essa lógica silenciosa que permite construir a ideia de democracia racial, em que todos somos iguais – é justamente porque parece que ele não existe que ele é tão eficiente. O objetivo desta pesquisa é escancarar como o racismo opera nos ambientes de luxo, nomeando o que não pode ser dito, quebrando assim o pacto de silêncio que sustenta o racismo. O passo que a L’Oréal Luxo está dando ao trazer à tona essa pesquisa é muito corajoso e essencial para construir um mercado mais justo e representativo"

, pontua Ana Carla Carneiro, cofundadora do Estúdio Nina.

A pesquisa foi conduzida em três etapas: primeiro, especialistas na questão racial realizaram compras em ambientes de luxo de beleza para identificar e nomear os dispositivos racistas presentes. Em seguida, foram realizadas entrevistas qualitativas para entender como os participantes verbalizam suas experiências e quais estratégias defensivas adotam, fornecendo subsídios para a próxima fase. Por fim, a etapa três consistiu em uma abordagem quantitativa, na qual foram realizadas entrevistas online com 350 consumidores de todo o país (pessoas negras, com e sem letramento racial, consumidoras de itens de luxo).  

Os dados revelam ainda que o cotidiano dos consumidores negros é marcado por uma série de microagressões diárias que, embora sutis, geram um constante estado de alerta. 71% das pessoas negras entrevistadas já se sentiram desconfortáveis em ambientes de luxo. Cada visita a uma loja evoca lembranças de experiências passadas, frequentemente negativas, exigindo preparação comportamental – e isso inclui preocupações com a aparência, como a escolha da roupa, cabelo e até mesmo como chegar ao local.  

Ao todo, o estudo identificou 21 dispositivos racistas, ou seja, 21 maneiras pelas quais o racismo se manifesta no interior das lojas de beleza e shoppings de luxo. Os dispositivos identificados incluem desde olhares “sutis”, como atendimento desinteressado e a falta de familiaridade das vendedoras com os produtos voltados para as peles negras, até ações mais explicitas de exclusão e discriminação. Os dispositivos foram organizados em quatro eixos de ação, são eles: raça, classe social, cerceamento & vigilância e inferiorização. Cada eixo possui suas próprias formas de incidir, e agem para limitar a experiência e até impedir a presença negra nesses ambientes. Em média, cada pessoa entrevistada vivenciou 9,67 dispositivos racistas. 

Com o objetivo de compreender como o racismo se manifesta no mercado de beleza de luxo e identificar quais são as principais barreiras para o consumidor negro, o estudo se propõe a ser um catalisador para ações efetivas de inclusão e diversidade no segmento. É um chamado à ação para o mercado, destacando a urgência de criar um ambiente de compras mais inclusivo e acolhedor.

Para Eduardo Paiva, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão do Grupo L’Oréal no Brasil, o lançamento do programa chega para reforçar o compromisso de longo prazo do Grupo com a agenda de diversidade, equidade e inclusão. “O Grupo L’Oréal é a empresa #1 de beleza do mundo e tem o propósito de criar a beleza que move o mundo. Diversidade, Equidade & Inclusão estão no coração de tudo o que fazemos, mas não podemos lutar contra o que não podemos ver. É preciso tornar o racismo visível para que possamos combatê-lo, e foi isso que fizemos com a pesquisa. Já sabíamos que o racismo acontecia no mercado de luxo, assim como acontece em todas as esferas da sociedade brasileira, estruturalmente racista. Mas não havia até então nenhuma pesquisa focada na experiência desses consumidores negros no mercado de luxo. Além dos dados impactantes, o Afroluxo oferece formas de combater o racismo no mercado de luxo, se tornando uma poderosa ferramenta de mudança e inclusão”, finaliza Eduardo.