Imagem Banner | O futuro da ciência é tema da cerimônia do programa Para Mulheres na Ciência 2022

O futuro da ciência é tema da cerimônia do programa Para Mulheres na Ciência 2022

Nesta quarta-feira (30), a L’Oréal Brasil, em parceria com a UNESCO e a ABC, premiou as sete laureadas brasileiras com uma bolsa-auxílio de incentivo à pesquisa

Incentivando e empoderando jovens pesquisadoras há 17 anos, o programa Para Mulheres na Ciência 2022, premiou mais sete cientistas brasileiras com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil durante a cerimônia que aconteceu, nesta quarta-feira (30), na Sede da L’Oréal Brasil, no Rio de Janeiro. A iniciativa é realizada todos os anos em parceria com a UNESCO e com a Academia Brasileira de Ciências.

Durante o discurso, o Presidente da L’Oréal Brasil, Marcelo Zimet, reforçou o compromisso da Companhia com a ciência e com o empoderamento feminino: “A beleza do futuro é uma beleza muito mais diversa, inclusiva, sustentável e tecnológica. É baseada em ciência. Eu queria parabenizar todas essas jovens cientistas que estão aqui com a gente hoje. Vocês fazem um trabalho que incrível e com impacto real. Ficou muito claro, nos últimos anos, que o mundo precisa de ciência. E a ciência precisa mais de mais mulheres como vocês”, afirmou Marcelo Zimet.

Criado em 2006, o programa da L’Oréal já laureou 117 cientistas no Brasil que conduzem pesquisas nas áreas das ciências Física, Química, da Vida e Matemática. Ao todo, foram mais de R$ 5,1 milhões investidos em bolsas-auxílio para que cientistas possam dar continuidade aos seus estudos.

Primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Ciência, Helena Nader reforçou o impacto da ação para próximas gerações: “O prêmio é muito mais do que o valor, mas a história de impacto que tem no nosso país. O fato termos sete ganhadoras esse ano vai incentivar ainda mais mulheres, meninas, jovens e adolescentes a quererem ser como vocês”, concluiu Helena Nader.

Dados de um relatório da UNESCO apontam que as mulheres representam cerca de 30% dos pesquisadores a nível mundial. Na busca por impulsionar mudanças nesse contexto, o programa tem o objetivo de promover e reconhecer a participação da mulher na ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro.

Em nome da UNESCO, o Coordenador de Ciências Humanas e Sociais e Ciências Naturais, Fábio Eon, falou, com base nos dados da organização, sobre a necessidade das mulheres ocuparem mais espaços nas áreas da ciência, tecnologia e inovação: “Esse prêmio continua sendo atual e relevante, porque os dados da UNESCO apesar de mostrarem algum progresso na redução dos hiatos na simetria de gênero na ciência, mostram que ainda tem muito a ser alcançado”, afirmou Fábio Eon.

O futuro da ciência

Com o tema “O futuro da ciência”, a 17ª edição do programa trouxe uma reflexão sobre quais mudanças queremos ver no mundo acadêmico nos próximos anos. Em um discurso inspirador, a cientista da Computação e “hacker antirracista”, Nina da Hora, fez uma carta aberta à Academia lida de 2030, onde mencionou inúmeras conquistas que permitiram um ambiente mais acolhedor, diverso, inclusivo, superando as desigualdades de gênero e racial.

“Quando eu falo da comunidade LGBTQIAP+, o debate racial, não é só por eu ser uma mulher negra, é porque eu sei que é uma responsabilidade enorme de estar aqui representando outras mulheres negras. Mas, entendo que, nos próximos 10 anos, eu quero que tenha mais rotatividade. Eu não quero que eu seja uma exceção. É um trabalho de formiguinha de fazer com que tenha inspiração para quem está ouvindo, mas que também tenha uma provocação para quem pode tomar essas decisões e contribuir para isso”, comentou Nina da Hora.

Um programa cada vez mais inclusivo

Entendo a importância da inclusão de ainda mais mulheres pesquisadoras que vivem diferentes realidades, desde a última edição, o programa ampliou o prazo de conclusão do doutorado para cientistas que são mães. Este ano, quatro das sete laureadas passaram pelo desafio de conciliar a vida academia com a maternidade.

O programa também reuniu pesquisadoras de diversas regiões do Brasil. O maior alcance foi possível graças a um trabalho em conjunto com a Academia Brasileira de Ciências e UNESCO, que criou o modelo de roadshow virtual de apresentação do programa nas principais universidades públicas e estaduais do país.

Em nome das sete laureadas, a farmacêutica e pesquisadora Gisely Cardoso, fez um discurso agradecendo o reconhecimento e lembrando os desafios que muitas mulheres ainda enfrentam na área acadêmica.

“Ganhar esse prêmio representa para nós, sete mulheres, o reconhecimento da importância das mulheres na ciência. Esse ano, o programa aumentou a representação de várias regiões do Brasil. Muitas vezes, a região Norte e Nordeste é esquecida em editais. E, nessa edição, tivemos três representantes da região Norte e duas da região Nordeste. O dia de hoje sempre será lembrado com gratidão”, afirmou Gisely Cardoso.

Clique aqui e conheça as vencedoras da 17ª edição do Para Mulheres na Ciência.